Freguesia de Salga

População: 572

Actividades económicas: Agro-pecuária, comércio, indústria de panificação e serralharia

Festas e Romarias: S. José (2.º domingo de Setembro), S. João (24 de Junho), S. Pedro (29 de Junho), Santíssima Trindade (1.º domingo de Junho) e Divino Espírito Santo

Património: Igreja matriz e Casa do Passal

Outros Locais: Miradouros de Pedra dos Estorninhos, Salto da Farinha, Salto do Cavalo e Ribeira de Salga

Gastronomia: Fervedouro, sopas do Espírito Santo e de funcho, molho de fígado, papas grossas, chouriço, morcela e torresmos

Artesanato: Bonecas de folha de milho, mantas de trapos, flores de escama e flores de casca de alho e cebola

Colectividades: Grupo Folclórico de S. José de Salga

Orago: S. Jos.


DESCRITIVO HISTÓRICO


Situada na ilha de S. Miguel, integra esta freguesia o concelho do Nordeste. Segundo Duarte Leite, a expedição de portugueses e genoveses, enviada por D. Afonso IV às Canárias, teria tocado na Madeira e nos Açores pela primeira vez. Mais tarde, ter-se-ia verificado a redescoberta ou descobrimento oficial de qualquer dos dois arquipélagos.

A este propósito diz Joaquim Veríssimo Serrão: “Não é de pôr em dúvida que houve viagens isoladas a uma ou mais ilhas dos Açores, pois os genoveses foram tentados pelo Atlântico ao longo do século XIV. (....). Nem sempre a ancoragem teve lugar, podendo suceder que os nautas se limitassem a encontrar terras de que tomavam conhecimento..

Se se admitir esta hipótese como a mais correcta, é posta em causa a teoria de Gaspar Frutuoso que, em Saudades da Terra, apresenta a exploração dos Açores como se tendo verificado a partir de 1431.

Até novos elementos, a moderna historiografia admite que o descobrimento dos Açores se verificou no ano de 1427, por Diogo de Sunis, de nacionalidade portuguesa. Frei Gonçalo Velho, depois, teria sido encarregado do respectivo povoamento.

As ilhas do grupo ocidental seriam descobertas em 1452, por Diogo de Teive.

As primeiras ilhas a serem povoadas foram as do grupo oriental (Santa Maria e S. Miguel) com famílias idas, essencialmente, da Estremadura, Alto Alentejo e Algarve, sob a orientação de Gonçalo Velho, a partir de 1439. Contudo, o seu povoamento só se intensificou a partir de 1474, quando passaram a constituir duas capitanias independentes.

Tendo em vista a exploração das terras descobertas, a coroa portuguesa instituiu o sistema de donatarias, sendo os donatários das ilhas os seus possuidores ou senhores, entidades a quem o rei as doou com o domínio e jurisdição cível e crime. O primeiro donatário das primeiras sete ilhas descobertas (grupo central e oriental) foi o Infante D. Henrique. A Ordem de Cristo foi também donatária da ilha de S. Miguel, por concessão de D. Henrique. Para além da jurisdição cível e crime, pertenciam ao donatário todas as rendas cobradas, os direitos de entrada e saída de mercadorias, rendas e direitos reais, tributos, montes, rocios, árvores, fontes, ribeiros e pescarias.

A freguesia da Salga é a mais recente deste concelho e é a única povoação deste concelho que se apresenta com um povoamento aglomerado.

Sabe-se que, um pouco antes de 1746, foi neste lugar edificada uma ermida dedicada a S. José. Em 1903, procedeu-se à construção de um novo templo, erigido defronte da antiga ermida e no chão de um edifício denominado “Casa da Misericórdia”.

Somente em 1855 foi esta freguesia definitivamente integrada no concelho do Nordeste, juntamente com a Achadinha, de quem dependeu administrativamente até 1980. Deste modo, a autonomia da Salga só ocorreu em 1980, quando se libertou da tutela da Achadinha.

Tardio foi também o seu povoamento, uma vez que Gaspar Frutuoso se refere a este lugar como terra de pastagem natural, onde se caçavam e salgavam porcos montanheses. Daí, o nome que lhe ficou.

Actualmente, a sua riqueza continua a provir da extensão das suas ricas pastagens. PONTA DELGADA