Freguesia de Santo António

População: 2200

Actividades económicas: Agro-pecuária, comércio, serração e carpintaria, moagem de cereais e pesca artesanal

Festas e Romarias: Divino Espírito Santo (Maio), Festa do Padroeiro (1.º domingo de Julho), Semana Cultural (13 de Junho) e Romaria (3.ª Semana da Quaresma)

Património: Ermida de Nossa Senhora do Rosário, ermida da Mãe de Deus, arquitectura regional, fontenários, edifício da Sede dos Escuteiros e Muro das Nove Janelas

Outros Locais: Miradouros, zona de lazer do Rosário e Lagoa do Canário

Gastronomia: Massa sovada, enchidos, assados, feijoada e arroz-doce

Artesanato: Tapeçaria, bordados, cestaria de vimes, trabalhos com escamas de peixe, costureiras e tecelagem

Colectividades: Clube Desportivo de Santo António, Grupo 137 A.E.P., Grupo de Jovens e Rancho de Romeiros

Orago: Santo Antóni.


DESCRITIVO HISTÓRICO


Situada na costa norte da ilha de S. Miguel, entre a Ponta de Santa Bárbara e o Morro das Capelas, dista 18 km da sede do concelho. Sobre esta localidade escrevia Gaspar Frutuoso: “Assim corre a rocha alta (...), até o Lugar de Santo António (...) - da rocha quase o nível com o mar, saem algumas fontes de água doce, que dizem ser da Ribeira das Lages (...); e logo sai uma ponta pequena ao mar, onde está o Lugar de Santo António”.

Segundo os cronistas, o povoamento desta localidade data do século XVI. Tal afirmação é baseada no facto de já em 1524 haver sido erguida a Igreja de Santo António, que veio a dar o nome à freguesia.

Os primeiros colonos começaram a fixar-se nas zonas que apresentavam os melhores terrenos para a agricultura e nos que ficavam perto da costa. Todavia, verificando-se o decréscimo da rentabilidade das terras cultivadas, assim também diminuiu a população. Por essa altura, Lopo Pessoa, ido do Continente, terá experimentado semear o tremoço e posteriormente o trigo, aumentando desse modo a produtividade dos terrenos.

Desta forma se iniciou o costume de “outonar” as terras com tremoço, uso que se generalizou por toda a ilha de S. Miguel.

A igreja paroquial, de invocação a Santo António, remonta provavelmente ao início do século XVI, tendo sido objecto de grandes obras no decurso do século XVIII. De 1730 a 1734, executaram-se os trabalhos de talha das Capelas e os armários da Sacristia, realizaram-se obras na capela-mor e colocaram-se os sinos na torre.

No século XX, mais uma vez se fizeram obras neste templo, tendo sido profundamente alterado o seu frontispício e aumentada em altura a sua torre. Aquando dos trabalhos de restauro efectuados entre 1930 e 1935, o frontispício foi enriquecido com painéis de azulejos. Nesta igreja, destaca-se o Altar da Gruta das Aparições de Lurdes.

Conta ainda esta freguesia com a Ermida do Rosário, situada à beira-mar e edificada por Álvaro Lopes da Costa. Reconstruída depois do terramoto de 6 de Abril de 1862, sofreu várias obras de restauro em 1986.

Segundo a tradição popular, nos primórdios, foi esta povoação denominada freguesia do Rosário. De acordo com uma lenda, o que deu origem à mudança do nome terá sido o aparecimento, à beira-mar, de uma pequena imagem de Santo António que foi trazida por populares para a Ermida do Rosário, que ainda existe.

A agricultura e a pecuária são nesta povoação, aliás como na generalidade dos meios rurais, as actividades de que se ocupa a maior parte da população. De entre os produtos agrícolas de maior rentabilidade destacam-se a beterraba, o tabaco e o inhame, destinando-se este, por vezes, ao mercado externo. Salienta-se ainda a existência de bons pomares.

De entre os trabalhos de tecelagem salientam-se as mantas regionais, passadeiras e toalhas, tecidas nos teares. A confecção de cestos e peças de mobília em vimes e a confecção de chapéus de palha, são outros trabalhos artesanais aqui desenvolvidos.